Júri de bolsonarista réu pela morte do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu é adiado para abril de 2024
28/11/2023
(Foto: Reprodução) Julgamento seria em 7 de dezembro de 2023. Decisão de adiar atende a pedido da defesa de Jorge Guaranho, preso há um ano. Marcelo Arruda foi baleado na própria festa de aniversário. O policial penal Jorge Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado. Ele assassinou a tiros Marcelo Arruda, tesoureiro do PT, durante festa de aniversário
Reprodução
O júri popular do policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, acusado de matar Marcelo Arruda, ex- tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, foi adiado para 4 de abril de 2024. O julgamento estava marcado para 7 de dezembro de 2023.
Marcelo comemorava o aniversário de 50 anos quando foi baleado pelo policial na festa que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O crime completou um ano no dia 9 de julho e, para o Ministério Público do Paraná (MP-PR), teve motivação política.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil perigo comum e irá a júri popular, conforme decisão da Justiça. Ele está preso. Leia detalhes a seguir.
O adiamento atendeu a pedido da defesa de Guaranho que alega ter sido surpreendida com a inclusão no processo de um laudo pericial. Conforme os advogados, a defesa "não foi intimada, nem tampouco participou da produção de provas naqueles autos".
O laudo em questão é o produzido a partir do celular de Claudinei Coco Esquarcini, que na época do crime era responsável por liberar as senhas de acesso às imagens das câmera de segurança da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresf) onde a festa de aniversário aconteceu.
Os registros de quem teve acesso às imagens das câmeras de segurança no dia do crime – 9 de julho de 2022 – foram apagadas em 11 de julho de 2022 e não foi possível saber que tem teve acesso a elas na data do crime. Em 18 de julho, Esquarcini cometeu suicídio.
"O conhecimento da confecção da presente prova se deu tão somente com a juntada tardia às vésperas do Julgamento em Plenário, evidenciando prejuízo enorme à defesa, por desconhecer a origem da prova, bem como não poder se manifestar na forma prevista em lei", diz trecho do pedido de adiamento.
Na decisão de adiar o julgamento, o juiz substituto Hugo Michelini Júnior definiu que a Vara Criminal da Comarca de Medianeira, na qual tramitou o inquérito policial, informe se o aparelho celular de Esquarcini ainda se encontra apreendido pelo inquérito.
Caso ainda esteja, segundo o documento, a Vara deve ainda informar o local da apreensão.
LEIA TAMBÉM:
Vídeo: Veja evolução de aves pouco mais de um mês após nascerem de ovos encontrados em sutiã de passageira
Atenção: Inmet emite alerta de tempestade para os 399 municípios do Paraná
Votação: Paraná inicia consulta pública sobre inclusão do modelo cívico-militar em 127 colégios
Como tudo aconteceu
Cronologia: assassinato de tesoureiro do PT
Conforme as investigações, Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda e os dois discutiram. Cerca de 10 minutos depois, o policial penal voltou ao local, armado, e disparou contra Marcelo, que revidou usando a arma que carregava por ser guarda municipal.
Marcelo foi socorrido, mas morreu na madrugada de 10 de julho de 2022.
Após o crime, Guaranho foi agredido por convidados presentes na festa de Marcelo. Ele foi internado e permaneceu em hospital de Foz do Iguaçu até ter alta e ser encaminhado ao Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso desde agosto de 2022.
Marcelo deixou quatro filhos. Na época do crime, um deles tinha pouco mais de 40 dias.
Entenda ordem dos acontecimentos no dia do assassinato do petista baleado em festa de aniversário, segundo a polícia
Arte/g1
LEIA MAIS SOBRE O CASO:
Veja como foi o assassinato do tesoureiro do PT pelo apoiador de Bolsonaro, segundo a Polícia do PR
Mulher de tesoureiro do PT assassinado por bolsonarista encontra com Lula em Foz do Iguaçu: 'Momento inesquecível'
'Foi troca de tiros em legítima defesa', afirma mãe de bolsonarista acusado de matar tesoureiro do PT no Paraná
Laudo mostra que policial bolsonarista atirou 3 vezes contra tesoureiro do PT, que revidou com 13 disparos
Apoiador de Bolsonaro 'continuou normal' após ver em celular que festa tinha temática do PT, diz testemunha que mostrou imagens de festa
VÍDEOS: Mais assistidos g1 PR
Leia mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.