Suspeito de matar miss disse em áudio enviado após o crime que nunca fez mal para a vítima; ouça
10/06/2025
(Foto: Reprodução) Mensagem foi enviada antes de o humorista Marcelo Alves procurar uma delegacia e confessar ter matado a jovem de 23 anos e escondido o corpo. Ele foi preso. Crime foi em Curitiba. Suspeito de matar miss disse em áudio enviado após o crime que nunca fez mal para a vítima
O humorista Marcelo Alves, que confessou ter matado em Curitiba a miss teen baiana Raissa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos, enviou um áudio para a advogada da família da vítima e afirmou que nunca tinha feito mal para a jovem. Ouça acima.
(CORREÇÃO: ao publicar esta reportagem, o g1 errou ao informar no título e no texto que o suspeito enviou um áudio para a irmã de Raissa confessando o crime. A informação havia sido confirmada ao g1 pela advogada da família em Curitiba. Posteriormente, a família corrigiu a informação e explicou que o humorista enviou um áudio para a advogada da família na Bahia, mas sem confessar. A informação foi corrigida às 14h25.)
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Segundo a advogada que representa a família da vítima em Curitiba, Carina Goiatá, o áudio foi enviado por Marcelo enquanto Raissa estava desaparecida. Porém, para a polícia, a jovem foi morta por ele no mesmo dia em que desapareceu, em 2 de junho.
O material foi entregue à Polícia Civil (PC-PR) nesta terça-feira (10), um dia após ele confessar o assassinato e ser preso.
No áudio, apesar de negar ter feito mal à jovem, Marcelo admitiu que já tinha olhado para ela "com outros olhos".
Confira um trecho da conversa:
Marcelo: Nunca tive intenção, nem tenho intenção, nunca tive de fazer mal nenhum à Raissa.
Advogada: Mas você já fez mal a ela?
Marcelo: Não, não tem intenção nenhuma a Raissa.
Advogada: Já olhou ela com outros olhos?
Marcelo: Todos os olhos.
Segundo a delegada Aline Manzatto, Marcelo, também conhecido como Alves Li Pernambucano, era amigo de Raissa e da família dela, que é da Bahia. A jovem morava em Curitiba havia três anos.
Durante as buscas, que duraram uma semana, o homem chegou a oferecer a própria casa na capital paranaense para que os familiares de Raissa ficassem enquanto procuravam pela jovem. A família chegou na cidade na segunda-feira (10), data em que a confissão aconteceu.
Após confessar, o homem levou uma equipe policial até uma região de mata no município de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, onde foram feitas escavações e o corpo da vítima foi encontrado enrolado em uma lona.
Miss da Bahia desaparece em Curitiba, e amigo confessa à polícia ter matado ela
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Suspeito matou jovem após se declarar para ela, segundo delegada
Humorista Marcelo Alves confessou ter matado a vítima e escondido o corpo.
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Segundo a delegada Aline Manzatto, Marcelo Alves disse que, na segunda-feira (2), dia do crime, buscou Raissa afirmando que iria ajudá-la a conseguir um emprego em Sorocaba, São Paulo. A proposta, porém, era mentira.
Os dois almoçaram juntos na ocasião e, em seguida, foram até a casa dele. Lá, ele disse ter contado que estava apaixonado por ela, mas não foi correspondido e afirmou ter sido xingado por Raissa.
O suspeito relatou que matou Raissa estrangulada, usando uma abraçadeira plástica.
"Ele disse que ficou com ódio e descontrolado, que pegou o fio de plástico e estrangulou a vítima, deixando ela num cômodo da casa e indo para outro. Dez minutos depois, ele retorna e a Raissa já está em óbito", falou a delegada.
A delegada afirmou que, conforme o suspeito, ele enrolou o corpo de Raissa em uma lona, amarrou com fita adesiva e, depois, chamou o filho, que ficou desesperado e tentou convencê-lo a se entregar às autoridades.
Mesmo assim, ainda de acordo com a delegada, ele disse que colocou o corpo da jovem no porta-malas de um carro emprestado de um amigo e, com auxílio do filho, dirigiu até uma área de mata no município de Araucária, onde a enterrou.
'Ficou mentindo'
Segundo a polícia, Marcelo conheceu Raissa quando ela tinha 10 anos, em um projeto social na cidade de Paulo Afonso, no interior da Bahia. Ainda segundo a polícia, ele a ajudou a se mudar para Curitiba.
Segundo Herbert Guilherme, primo de Raissa, durante os oito dias de busca pela jovem, o homem manteve contato com os familiares.
"Quando eu soube do desaparecimento, liguei para ele. Ele ficou todo o tempo mentindo. Ficou dizendo que ia me ajudar a achar ela", afirma o primo.
Conforme Guilherme, a vítima via Marcelo como uma figura paterna.
Investigações continuam
Raissa Suelen
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O homem foi preso em flagrante por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele está preso na Cadeia Pública de Curitiba, deve passar por audiência de custódia e continuar preso.
O carro usado por Marcelo foi periciado e liberado. O corpo da jovem também foi periciado e deve ser liberado nesta terça (10).
O filho de Marcelo, que não teve o nome divulgado, foi preso por ocultação de cadáver, pagou fiança e foi liberado.
Segundo a delegada, as investigações continuam a fim de verificar se as lesões presentes no corpo da jovem são compatíveis com a confissão de Marcelo e qual a participação efetiva do filho no crime.
O que diz a defesa do suspeito
O advogado Caio Percival, que representa o suspeito, afirma que não houve premeditação do crime e que Marcelo matou Raissa por "violenta emoção". Diz ainda que o suspeito lamenta o caso e que colabora com a Justiça.
"Marcelo é réu primário, tem bons antecedentes, nunca pisou numa delegacia de polícia e infelizmente foi arrastado pelas barras da paixão a essa situação que foge, evidentemente, do normal. Nós temos uma causa de diminuição de pena que é a própria confissão e uma segunda causa de diminuição de pena que é o domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima, já que, em dado momento, houve uma discussão entre eles", afirma.
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