‘Tem assalto todos os dias’: ladrões intimidam e cercam pessoas para roubar celulares em bairro nobre da Zona Sul de SP; VÍDEOS
28/02/2024
(Foto: Reprodução) Caco Barcellos percorreu regiões com maior aumento de furto e roubo de celulares de São Paulo e ouviu o relato de moradores e vítimas. ‘Tem assalto todos os dias’: ladrões intimidam e cercam pessoas para roubar celulares em bairro nobre da Zona Sul de SP
O Profissão Repórter desta terça-feira (27) investigou os roubos e furtos de celular que preocupam a população. Caco Barcellos percorreu regiões com maior aumento de furto e roubo de celulares de São Paulo e ouviu o relato de moradores e vítimas.
Moema, bairro de classe média alta da Zona Sul de São Paulo, é área onde o roubo de celular mais cresceu na cidade: foram 1.529 furtos ou roubos de celulares no bairro em 2023.
Os registros de câmeras de segurança impressionam pela violência: grupos de dois ou três motoqueiros armados intimidam e cercam pessoas no meio da rua para roubar celulares (veja no vídeo acima).
"Evito usar o celular na rua. No mundo que nós estamos hoje, você tem um celular seu, quando voce precisa, e às vezes você não usa para não perder”, afirmou o zelador Ernanes Costa.
Ladrões intimidam e cercam pessoas para roubar celulares em bairro nobre da Zona Sul de SP
Reprodução/TV Globo
Benedito Ventura, que trabalha no estacionamento de uma farmácia em Moema, relatou já ter presenciado roubos de celulares na região.
“Quando eu estou aqui, eu não estou com o celular. Já tenho visto assalto de celular aqui e eu sai gritando ‘pega o ladrão’", contou.
Moradora e dona de um café no bairro, Renata Chedid falou com a reportagem sobre a sensação de insegurança.
“Não precisa nem dormir para ter um pesadelo, o pesadelo está aqui na porta do meu café. Na porta de onde eu moro, eles acuaram um rapaz na grande do portão, já veio uma moto aqui e já venho outro de uma outra ali. É sempre assim. Tem assalto praticamente todos os dias”, relatou.
O marido de Renata também já foi vítima: "Estava na porta do café. O cara passou de bicicleta, veio correndo, puxou meu telefone e levou embora. Está terrível“, conta Vinícius Gomes Santos.
Ladrões intimidam e cercam pessoas para roubar celulares em bairro nobre da Zona Sul de SP
Reprodução/TV Globo
Na rua de casa, a caminho do trabalho, nas festas: Profissão Repórter alerta sobre roubos e furtos de celular
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Após filho ser vítima de assalto, publicitária cria grupo de segurança privado
Após filho ser vítima de assalto em Moema, publicitária cria grupo de segurança privado
Moradores de Moema criaram grupos em redes sociais para discutir a falta de segurança no bairro. Uma publicitária decidiu ir além e criou um "grupo de segurança".
“Tudo começou porque eu tenho um filho e ele foi assaltado por cinco motoboys armados, como se fossem entregadores, que queriam pegar a mochila da escola e o celular dele. A partir desse momento, meu filho ficou com medo de andar pelo bairro. Liguei para um segurança aposentado da polícia: ‘falei, você pode me ajudar? Meu filho está com medo, faz a paisana para a gente poder andar no bairro com mais segurança' e foi assim", contou Thaya Marcondes.
Ainda segundo Thaya, a iniciativa atraiu outras mães da região que também resolveram contratar esse tipo de serviço.
"Ai uma mãe ficou sabendo e disse: 'eu também quero'. Hoje somos 37 mães e 8 guardiões que andam pelo bairro à paisana“, acrescentou.
Após filho ser vítima de assalto em Moema, publicitária cria grupo de segurança privado
Reprodução/TV Globo
No Brasil, empresas privadas de segurança só podem atuar autorizadas pela Polícia Federal. O pesquisador Bruno Paes Manso da Universidade de São Paulo alerta para o risco de serviços informais.
“A contratação e a empresa privada têm toda uma burocracia a ser seguida para ser uma empresa formal e oficial. A gente até entende por parte das mães essa sensação de vulnerabilidade de um filho ser abordado ou roubado, mas ela tem muito a perder com isso e pouquíssimo a ganhar porque não se sabe como eles vão atuar. Esse é um trabalho de polícia, de investigação. Esse enxugamento de gelo não funciona e pode provocar inclusive problemas para os filhos. De repente, uma ação violenta do policial, arma sendo usada, tiroteio”, explicou.
Escola particular investe R$ 300 mil por ano em segurança
Após onda de roubo de celulares, escola particular em Moema investe R$ 300 mil por ano em segurança
Para tranquilizar pais e alunos e diminuir a insegurança, uma grande escola particular de classe média alta do bairro tem contrato com empresas de segurança registrada na Polícia Federal.
“Há uma grande preocupação da escola porque ela envolve um custo para escola em tentar minimizar esses tipos de assaltos e furtos aqui pelo entorno“, contou Rodrigo Mourão de Andrade, diretor de operações da escola.
A instituição investe R$ 300 mil por ano em equipe de segurança privada e treinamento de funcionários.
“São basicamente 18 posições fixas entre portarias e perímetro e 2 rondas e motos que ajudam a inibir também esses assaltos, principalmente quando são executados por indivíduos em motocicletas. A gente está falando de um investimento anual próximo a mais de 300 mil reais por ano para uma escola, que era algo que não se pensava em gastar. Fora o tempo de toda equipe em treinamento e prevenção”, conclui.
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Reprodução/TV Globo
Veja a íntegra do programa abaixo:
Edição de 27/02/2024
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